quinta-feira, 29 de março de 2012

Biscoitos crocantes reloaded


A verdade é que ninguém dá nada por mim. Quem me conhece ao vivo e a cores acha-me incapaz, meio tresloucada, de fala intempestiva e impulsiva e como tal incapaz de me dar a momentos calmos de tecer sabores no templo por excelência da mulher prendada, a cozinha. Acham-me inapta para a calmaria e harmonia de que são feitos todos os cozinhados opíparos e sublimes. E eu aceito e não lhes levo a mal. Na verdade, acho até uma certa piada a esta minha faceta obscura só inteligível a quem me conhece fora dos portões da escola. Acontece-me muitas vezes quando digo que fiz algo que adentre o domínio da fada do lar, essa capaz de amar com o que cozinha, capaz de fazer declarações de amor só percetíveis ao palato. São cabeças que se viram em desconfiança, olhares inquisitivos que pairam no ar e muitas vezes verbalizações: Foste tu? E outras vezes o descrédito assumido: Não foste nada! Nestas alturas faço o meu número preferido e afirmo peremptória mas imensamente divertida: Sim, fui eu! Acrescento em versão resumida  o que anteriormente foi dito e remato: Ninguém dá nada por mim mas eu sou uma fada do lar. Na cozinha evidentemente. Quem tem ar de estarola basta saber fazer uns biscoitos para merecer o epíteto.
Chegadas mais umas reuniões de final de período e para que pudéssemos rematar o momento com um apontamento doce para apagar a pressão que sobre nós se abate, levei biscoitos para a minha reunião de Direcção de Turma. Não foi a primeira vez que o fiz e na escola há mais quem o faça, comi um delicioso bolo de chocolate feito pela Directora de uma das minhas turmas. Gosto destes momentos. Gosto de cozinhar para os outros. Gosto de lhes dizer que, apesar dos pesares, de anos difíceis, e-mails nem sempre simpáticos, gosto deles. Na  escola pública, essa selva onde o povo se esgadanha aos olhos da opinião pública, os alunos batem nos professores e os professores são uns bandalhos merdosos, passam-se coisas boas, muito boas. Basta afastarmos o preconceito e olhar, entrar, sentir.

 Biscoitos crocantes de amendoim e passas

Ingredientes

1 ½ chávena de flocos de aveia integrais
1 ½ chávena de flocos de trigo tostados
1/3 de chávena de gérmen de trigo
1 chávena de amendoins com sal picados grosseiramente
1 chávena de passas
1 chávena de farinha
1 chávena de açúcar amarelo
200g de margarina
1 ovo

Preparação

Pré-aquecer o forno a 190º. Hidratar as passas em chá Earl Grey morno.
Juntar os flocos de aveia, de trigo, o gérmen de trigo numa tigela e reservar.
Bater o açúcar com a margarina até ficar cremoso. Juntar o ovo e bater mais. Deitar a farinha e bater bem para que fique uniforme. Incorporar os amendoins picados grosseiramente e envolver com uma espátula de silicone. Por último incorporar a mistura de ingredientes sólidos. Moldar pequenas bolas de massa e achatá-las um pouco. Levar quinze a dezoito minutos ao forno pré-aquecido.


Esta é a segunda versão destes biscoitos com pequenas alterações. Foram aprovados e voltei para casa com as migalhas apenas. Há lá coisa melhor?

domingo, 25 de março de 2012

Cantigas de Amigo e uns biscoitos de avelã


Durante um tempo achei que esquecíamos os livros que líamos na escola porque os professores não os tornavam suficientemente interessantes e atractivos. Lembro-me de livros de total negregura, sabem os deuses como li Eurico o Presbítero e como fiquei a odiar The Catcher in the Rye. Acontece que no caso destes dois livros, os professores responsáveis por cada uma das disciplinas eram competentes e interessados. Não seria pois problema deles. Foi só mais tarde que percebi que o problema das leituras obrigatórias não era dos professores, podia ser dos livros, não tenho a menor dúvida, mas era acima de tudo do imperativo ‘Lê!’ Diz Daniel Pennac que o verbo ler não comporta o imperativo. Nada mais certo. Ainda hoje, mulher adulta, se me mandarem ler ou se tiver de ler por obrigação é um sacrifício, procrastino até à última, apetece-me invariavelmente ler outras coisas, mastigo as letras com enfado, e tenho digestões lentas e incomodativas.
Mas os livros que lemos na escola assaltam-me de vez em quando. Não os livros, mas frases soltas que me ficaram na memória. Estranhamente assaltam-me muito uns versos do Cesário Verde quando se me anoitece a alma e por aqui paira alguma soturnidade. Desta vez o que me assaltou foi um verso solto de uma cantiga de amigo. Terá sido há umas três décadas, mas fiquei com aquela sonoridade das ‘avelaneiras frolidas’, logo eu que nunca vi uma avelaneira. E isto tudo veio porque a receita desta semana do Dorie às sextas eram uns biscoitos de avelã. Podiam ser olhos de avelã, provavelmente a cor mais bonita de olhos, mas não. São sempre os livros que me cutucam.

Biscoitos de avelã e compota

Ingredientes
2 chávenas de avelã moída (comprei no Lidl)
1 chávena de farinha sem fermento
½ chávena de farinha com fermento
½ chávena de açúcar
175g de margarina
1 ovo
Doce de framboesa e de alperce ou a gosto

Preparação
Pré-aquecer o forno a 190º. Bater o açúcar com a margarina amolecida até ficar um creme esbranquiçado e fofo. Juntar o ovo e continuar a bater. Juntar a farinha misturada com a avelã moída.
Fazer bolinhas com a massa. Achatá-las e abrir uma cavidade no meio. Levar ao forno. Cerca de 5 minutos depois retirar os biscoitos do forno e reforçar a cavidade com um objecto de madeira, Usei um maço de madeira para esmagar as limas para a caipirinha. Levar ao forno cerca de 15 minutos mais. Retirar do forno e deixar arrefecer um pouco. Levar a compota ao lume o tempo suficiente apenas para derreter, não deixar ferver. Com uma colher de chá encher as cavidades dos biscoitos com o doce.
Estes bolinhos/biscoitos são muito fáceis de fazer e são deliciosos. A massa presta-se a variações e mesmo sem o doce são muito bons. Simples e despreocupados como eu gosto. Bailemos agora, por Deus, ai velidas.




terça-feira, 20 de março de 2012

Abraços de canela

Há dias em que não são precisas palavras. Há dias em que um abraço forte chega, um beijo sentido é o suficiente. Momentos de comunhão, de silêncios cúmplices longos, de conversas só audíveis por um toque ou a troca de olhares de que são feitos os amores sólidos e fortes. Há dias em que as palavras sobram inúteis e há dias em que se completa o cadinho de enlevos com a mais ancestral forma de se amar, o prato preferido, comida preparada para abraçar, perfumada de afectos.

Tarte de natas

Ingredientes
1 embalagem de massa folhada refrigerada
5 ovos
225 g de açúcar
Raspa de 1/2 limão
2 colher de sobremesa de farinha Maizena
4 dl de natas (2 pacotes)
açúcar e canela em pó

Preparação
Pré-aquecer o forno a 190º. Desenrolar a placa de massa folhada e com o papel vegetal. Forrar uma forma de tarte com fundo amovível. Picar o fundo com um garfo e reservar no frigorífico enquanto se prepara o recheio.
Bater os ovos com o açúcar e a raspa do limão com a batedeira eléctrica na velocidade máxima. Dissolver a farinha Maizena nas natas e juntar ao preparado anterior, continuando a bater.
Deitar o creme na caixa de massa e levar forno quente durante cerca de 40 minutos.  Desenformar e polvilhar com açúcar e canela em pó.

Tão fácil o amor às vezes.




sábado, 17 de março de 2012

St.Paddy's Day ou um guisado luso-irlandês


Acalento a ideia de um dia ir a Dublin passar um Bloomsday. Meros dias depois do meu aniversário, lá para Junho, celebra-se a literatura. Pode haver coisa melhor para comemorar um aniversário? Comemora-se o dia em que se desenrola Ulisses, a obra-prima de James Joyce, diz que há gente pela rua a ler excertos da obra e que é uma verdadeira festa. Acalento assim a ideia de começar o dia a pôr o dente num rim frito que, como se sabe, sou rapariga temente e respeitadora no que à literatura diz respeito e o que me falta em religiosidade sobra-me em respeito venerando a entes vários desta arte que me colore os dias. O Bloomsday é a festa da literatura por excelência. O que eu gostava de lá estar um dia. 
Daria também um dia uma saltada a Edimburgo para celebrar a Burns’ Night bem no fim de Janeiro e acabar a noite a meter o dente num haggis, um guisado de miúdos de cabrito, aconchegado como enchido e servido de formas várias. Uma delícia, não se deixem desmoralizar pelos miúdos e o bucho. Ainda hoje me sabem bem os que degustei em terras de kilts e gaitas de foles. Robert Burns amarrou-o a este poema e acompanhado com uma ale num pub ruidoso nessa tal Burns Night é ideia que me parece bem. E uns passeios a pé, castelo acima e abaixo, bater perna nas ruelas íngremes ao entardecer quando o sol ilumina o castelo com o vento cortante a romper a barreira de cachecóis e luvas. E uns pubs. Nada a fazer. A mulher do povo que há em mim odeia sítios presunçosos de gente igualmente presunçosa atada de pés e mãos numa moralidade de pacotilha, agarrada a pratos de fome gourmet e gosta de pubs. Muito. E de degustar. E de bebericar. Acalento também a ideia de um dia ir passar o dia de St. Patrick a Dublin.
Explicada que está esta ideia peregrina do Bloomsday e da Burns Night, resta-me a explicação para o St. Patrick’s Day. Acontece que não, não comemoro dia de festividade religiosa nenhuma, estou cada vez menos católica de há décadas a esta parte, comecei a celebrar o Natal com a festa da família, e na Páscoa revejo “A Vida de Brian” como filme de época, um épico cá em casa, mas acho muita piada a esta festa de rua com paradas e copos que celebra o santo católico que alegadamente terá livrado a Irlanda das cobras. Diz que havia cobras na Irlanda. E leprechauns e potes de ouro no fim do arco-íris. E chega de conversa fiada. Fica por saber se o que gosto é de celebrar a literatura ou se de pôr pé daqui para fora, exactamente agora que me rapinaram parte do ordenado e subsídios. Inclinar-me-ia pela segunda hipótese. É sabido que os irlandeses não são exímios no que respeita a artes culinárias, foi lá que bebi o pior café da minha vida, experiência tão traumática que passado um quarto de século ainda me sabe mal e que a comida, ao contrário da cerveja e do bom humor e simpatia dos irlandeses, pode ser maçadora e sensaborona. Hoje é dia de St. Patrick e, por coincidência ou não, cá em casa o jantar é Irish Stew. Começou a viagem. Estão convidados.


Irish Stew

Ingredientes
1kg de carne de vaca para guisar
1 chávena de caldo de carne
1 chávena de Guinness
1 chávena de vinho tinto
1 colher de sobremesa de molho inglês (Worcestershire)
1 cebola
Batatas
Cenouras
Azeite
Margarina com alho
Alho picado
Tomilho
Sal
Pimenta preta acabada de moer

Preparação
Pré-aquecer o forno a 200º. Numa frigideira aquecer um fio de azeite e uma noz de margarina com alho. Juntar a carne e selar. Salpicar com pimenta preta acaba de moer e alho picado. Passar para um tacho de barro que possa ir ao forno. Usei um tacho de barro saloio que comprei aqui na aldeia. Cortar a cebola em rodelas finas e levar à frigideira onde se fritou a carne. Quando a cebola amolecer um pouco, juntá-la à carne. Acrescentar a chávena de Guinness, a de vinho tinto e de caldo de carne. Temperar com sal, pimenta e acrescentar o tomilho. Levar ao forno cerca de uma hora a hora e meia com o tacho tapado. Verificar a cozedura da carne e rectificar o tempero.
Após cerca de hora e meia de cozedura acrescentar as batatas e as cenouras cortadas em pedaços. Usei batatas pequenas para assar e corre sempre bem. Aguardar até que cozam, cerca de uma hora, e servir. O molho fica líquido mas apurado. Dizem os especialistas que assim deve ser. 

Este prato é um verdadeiro conforto, inadequado para gente apressada, moroso, como convém em dias de calma e de recolhimento, e aconselhado para dias de invernia ou de alma fria. Nada a que os irlandeses não estejam habituados e que nós não saibamos o que é. Agora vou ali à procura do pote de ouro.


fotografias minhas de Dublin (James Joyce) e do Writers' Museum em Edimburgo.

terça-feira, 13 de março de 2012

Temperos de letras (2)

It is impossible not to love someone who makes toast for you. People's failings, even major ones such as when they make you wear short trousers to school, fall into insignificance as your teeth break through the rough, toasted crust and sink into the doughy cushion of white bread underneath. Once the warm, salty butter has hit your tongue, you are smitten. Putty in their hands.

Nigel Slater, Toast.

domingo, 4 de março de 2012

Beef effing Wellington ou uma declaração de amor

A televisão contemporânea está cheia de programas de culinária e gastronomia. Entraram-nos pela casa dentro uma série de chefs completamente desconhecidos e que hoje em dia são quase íntimos. Cá em casa adoptámos um. Bruto, de linguajar impróprio, maneiras ríspidas e uma irresistível pronúncia britânica, Gordon Ramsay passou a ser o nosso chef de estimação. E isto porque, acredito, em cada um de nós há um Gordon Ramsay oculto, mais brando mas ainda assim impetuoso e quando não existe oculto desejamos ardentemente tê-lo e poder soltar uns impropérios sem mais consequências. Ninguém é assim, eu sei, mas há dias, alturas, momentos em que ficaria tão mais leve, assim pudesse libertar este vapores de fúria que se acumulam nos pulmões. Ou nas ancas talvez, o que explica muita coisa e me alivia a consciência. É fúria afinal. Posso comer mais uns biscoitos ou devassar-me num crumble ou num tiramisú. Das gritarias desalmadas do Hell’s Kitchen uma grande parte desenrolava-se em torno do Beef Wellington que, diga-se de passagem, nunca me suscitou grande interesse, mas um dia, há sempre um dia, comecei a nutrir uma certa curiosidade pelo naco de carne embrulhado numa camada generosa de massa folhada. O que faria desesperar e gritar tanta gente? Que raio se esconderia entra a crosta folhada e carne tão rosada? E era motivo para tanta quezília? Era. A gota de água foi quando me acusaram de não fazer Beef Wellington num misto de queixume e súplica e quando na procura da receita me cruzei com este clip. Parece tão fácil.
 E foi hoje então. Os preparativos começaram no dia anterior logo com a escolha do naco de carne. Além de ter de ser suculento tinha de ser redondo, se não nada feito, para desespero do rapaz do talho. Nada como uma escolha criteriosa, qualidade e aspecto. No fundo não é assim em quase tudo na vida? Depois os cogumelos, uma trabalheira para os encontrar e por último foi esperar e deitar mãos à obra. Com calma e de alma descansada. O sol da manhã iluminava-me a cozinha e quase conseguia ver a tarja de mar lá ao fundo, minha companheira inseparável de todas as incursões no mundo de palatos e aromas. E depois foi partilhá-lo entre a expectativa e a surpresa, um copo de vinho frutado para contrastar a intensidade dos cogumelos e as réstias de sol que completaram mais este ágape da intimidade. Delicioso. Suculento. Divinal. Há muitas formas de declarar o amor. Esta é uma delas. Provavelmente a que faço melhor.

Ingredientes
1kg de carne de vaca para assar
250 g de cogumelos de Portobello
1 pacote de presunto fatiado
1 embalagem de massa folhada refrigerada
Sal, pimenta preta acabada de moer, tomilho
Azeite e margarina com alho.
Vinho branco
 Mostarda

Preparação 
Envolver a carne em sal e pimenta preta acabada de moer e selá-la numa frigideira com azeite bem quente durante cerca de 20 minutos. Retirar do lume e deixar arrefecer no frigorífico enquanto se preparam os cogumelos. Depois de lavados e escorridos, triturar num robot de cozinha. Levar ao lume num frigideira com azeite e uma noz generosa de margarina com alho. Deixar sumir por completo a água, temperar com sal, pimenta preta e tomilho. Deitar vinho branco e deixar cozinhar até o vinho sumir por completo. Deixar arrefecer. Retirar a carne do frio e pincelar bem com mostarda. Na bancada da cozinha estender duas folhas de película aderente. Colocar as fatias de presunto, por cima a mistura de cogumelos e em cima a carne. Enrolar a carne e fechá-la bem na película aderente. Levar ao frigorífico 20 minutos. Estender a massa folhada, pincelá-la com o ovo batido nas extremidades e enrolar a carne. Colocar numa travessa untada e levar ao frio mais cinco minutos. Retirar, pincelar com o restante ovo e fazer uns traços com uma faca na longitudinal mas sem cortar a massa. Levar ao forno pré-aquecido a 200º entre vinte e trinta minutos, dependendo do gosto.


Receita adaptada daqui

Sunday lunch



 
Ai a indulgência. A receita seguirá de momentos.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Fajitas chez moi

Advento do fim-de-semana a sexta-feira é por excelência dia de calma anunciada e dia em que me começa a apetecer fazer coisas diferentes. Comecei a maturar a ideia logo de manhã, enquanto finalizava uns afazeres profissionais e, como sempre, o resultado acabou por ser diferente. Primeiro pensei em deitar-lhe uns cogumelos, depois cogumelos e castanhas e por último batatas salteadas e castanhas. Acontece que não tinha cogumelos em casa e hoje estava sem paciência para supermercados, acontece que cheguei tarde a casa e sem paciência para as castanhas, acontece ainda que era jantar e as castanhas não são as mais pacíficas criaturas no que respeita a digestões. Acontece pois que da formação original, assim como se fosse uma banda que se foi desmembrando ao longo dos tempos, restou apenas a carne. De porco.  
Não me lembro nunca de ter comido fajitas de porco, tenho mesmo a certeza de nunca o ter feito e sei também que nunca me cruzei com nenhuma receita, mas o que sei é que tinha cá em casa umas febras de porco bem suculentas compradas no talho aqui da aldeia e que não me apeteciam bifanas fritas ou panadas. Também sei que as fajitas requerem tempo para o tempero se abraçar à carne num lento passo de tango enlaçando ingredientes como se um só fossem, mas não, não tinha tempo para isso, não o suficiente. Teria de optar por um abraço menos longo, mais fugaz. Quantos não demos, assim fugazes, mas mantendo a intensidade? E bons, quentes e envolventes? Isso mesmo. Fajitas seriam.

Fajitas de porco

Comecei por cortar as bifanas em tiras não muito finas. Juntei-lhes uma cebola em rodelas, temperei com sal, alho e pimenta preta moída na hora. Depois azeite, sumo de um limão e umas pitadas generosas de tomilho. Envolvi cuidadosamente com um grafo de madeira, valham-nos os deuses e a asae por este pecado. As batatas então. Cozi batatas pequenas com a pele. Cortei-as em pedaços. Voltemos à carne. Aqueci muito bem uma frigideira e deitei-lhes a carne e a cebola. Deixei frigir com o lume alto e supervisão constante. Ao mesmo tempo comecei a saltear as batatas em azeite. A meio do processo, juntei-lhes alho. No fim faltava o toque de cor com salsa picada e o toque inquieto do vinagre. Como as batatas salteadas da minha infância, eliminadas liminarmente do meu prato sempre que a minha mãe as preparava e que aprendi a gostar em adulta. Fácil e delicioso. Só me faltou um copo de vinho tinto para miscijenar ainda mais os sabores. Se são fajitas ou não é uma outra questão.